sexta-feira, 12 de junho de 2015

Os Perigos da Automedicação

Quem nunca tomou um remédio sem prescrição após uma dor de cabeça ou febre? Ou pediu opinião a um amigo sobre qual medicamento ingerir em determinadas ocasiões? A automedicação, muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato dos sintomas de algumas doenças,como por exemplo , quem tem dor de cabeça toma paracetamol, aspirina, neosaldina . As propagandas de marcas de remédios vinculadas na mídia, fazem-nos associar o nome do remédio à doença. Logo pelo senso comum, quem tem gripe toma benegripe. Assim começa a automedicação que a população pensa ser inofensiva mas  pode trazer consequências mais graves do que se imagina,desde um efeito colateral de algum remédio tomado sem prescrição médica até a dependência do mesmo.

A medicação por conta própria é um dos exemplos de uso indevido de remédios, considerado um problema de saúde pública no Brasil e no mundo.O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que a utilização inadequada pode esconder determinados sintomas. Se o remédio for antibiótico, a atenção deve ser sempre redobrada. O uso abusivo destes produtos pode facilitar o aumento da resistência de microorganismos, o que compromete a eficácia dos tratamentos.
Outra preocupação em relação ao uso do remédio refere-se à combinação inadequada. Neste caso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro.

O uso de remédios de maneira incorreta ou irracional pode trazer, ainda, consequências como: reações alérgicas, dependência e até a morte.

Os caminhoneiros passam um longo período sem tratamento de saúde,  e no Brasil há poucas campanhas educativas direcionadas a esta classe.  Em virtude de sua profissão tornam-se sedentários, passam a maior parte do tempo fora da casa e normalmente moram no próprio caminhão ou nas estradas e por isso são trabalhadores em situações de vulnerabilidade.
Estes profissionais percorrem longas distâncias pelas estradas do país alimentam-se de forma inadequada , dormem mal e consomem de forma exagerada, refrigerantes e cafeína. De acordo com Hoffman(2003), esta temáticas é relevante na medida em que os motoristas de caminhões são considerados profissionais importantes no desenvolvimento econômico, político e social para o progresso do país. Eles são verdadeiros construtores no sentido de transportar e movimentar elementos essenciais para o abastecimento da sociedade.

Referencias

Sociedade brasileira de endocrinologia e metabologia, disponível em http://www.endocrino.org.br/os-perigos-da-automedicacao/ acesso em 03 de julho de 2015

Projeto viva bem caminhoneiro, dsponivel em http://www.faar.edu.br/portal/projeto-viva-bem-caminhoneiro.php acesso em 03 de julho de 2015

Influência da família na decisão profissional


A escolha da profissão é uma das decisões mais sérias da vida de uma pessoa, pois ela determina, de certo modo, o destino do indivíduo, bem como seu estilo de vida, a educação e até o tipo de pessoas com quem irá conviver no trabalho e na sociedade. (Nepomuceno e Witter, 2010; pág. 16)
Em uma entrevista realizada com um caminhoneiro do litoral norte de Santa Catarina, que faz rota interestadual há 11 anos, foi lhe perguntado sobre a escolha da profissão:
Como ocorreu a escolha por essa profissão, o (s) motivo(s) para permanecer na mesma?
“Na verdade não foi bem uma escolha, esta é a profissão do meu pai então desde pequeno sempre tive fascínio por caminhões, até tive outras profissões mas em nenhuma consegui me adaptar, um dos motivos principais para mim permanecer na profissão é a liberdade, o não cumprimento de horário, não ter chefe isso é o maior incentivador a prosseguir” (SIC)
De acordo com Soares (1997,2002) , os pais constroem projetos para o futuro do filho e desejam que ele corresponda à imagem sobre ele projetada, propondo, muitas vezes, objetivos que na realidade eram sonhos seus que não puderam realizar na juventude. O filho se torna, então, um depositário das aspirações dos pais, absorvendo a responsabilidade de escolher a profissão que o pai não pôde seguir (Andrade,1997). De alguma maneira,os pais  introduzem em seus discursos seus próprios desejos sobre os projetos de seus filhos, sem nem mesmo darem- se conta. Pinho & Soares,2004).
 Os filhos nem sempre reconhecem as influências familiares, pois muitas vezes elas estão implícitas, tanto na ideologia familiar (Andrade,1997) sobre os valores e conceitos ocupacionais, como nos mitos ou legados familiares. 
 Evidenciado na fala do motorista de caminhão entrevistado quando relata “Na verdade não foi bem uma escolha, esta é a profissão do meu pai”(SIC)
Existem vários outros fatores que são determinantes na escolha profissional e que certamente têm influência, como fatores políticos, econômicos, sociais, educacionais, psicológicos e familiares. Os fatores familiares impõem uma parte importante no processo de impregnação da ideologia.
As formas de influenciar podem também ser explícitas, através de opiniões expressas pelos membros familiares. O fato é que na estrutura familiar por vezes o jovem sente-se forçado a seguir carreiras familiares pela pressão imposta na família. Por outro lado, conforme constatou Santos (2005),a liberdade excessiva por parte dos pais pode causar insegurança e, até mesmo, uma sensação de desamparo e dúvidas. Com isso, o jovem pode acabar escolhendo a mesma profissão do pai, por não interessar-se me conhecer outras possibilidades de atuação.
Outros fatores como mercado de trabalho, importância social, remuneração, tipo de trabalho (braçal/intelectual) e as habilidades necessárias para o seu desempenho exercem, sem dúvida, grande influência na hora da escolha, porém, sem o risco de exageros, determinante decisivo dessa escolha não é biológico (vocação) e sim de natureza econômica e social, ligado diretamente às oportunidades de escolarização do indivíduo (Bock, Furtado, & Teixeira, 1991). O entrevistado relata que “(...)um dos motivos principais para mim permanecer na profissão é a liberdade, o não cumprimento de horário, não ter chefe isso é o maior incentivador a prosseguir” (SIC), dessa forma evidencia-se uma influência social determinante para a permanência no trabalho deste caminhoneiro, como o fato de ter poucas habilidades para desenvolver seu desempenho profissional, como aceitar ordens hierárquicas e cumprimento de horário.
Talvez a principal dificuldade ainda seja desfazer mitos e elucidar o conhecimento de profissões, carreiras, cursos de nível técnico e superior, vestibulares e mercado de trabalho, com informações concretas e atualizadas.
Referência:
NEPOMUCENO, Ricardo Ferreira; WITTER, Geraldina Porto. Influência da família na decisão profissional: opinião de adolescentes. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, v. 14, n. 1, p. 15-22, 2010.

ALMEIDA, Maria Elisa GrijóGuahybade; PINHO, Luís Ventura de. Adolescência, família e escolhas: implicações na orientação profissional. Psicologia Clínica, v. 20, n. 2, p. 173-184, 2008.

Qualidade de vida no trabalho dos caminhoneiros


Cada vez mais tem-se manifestado a preocupação em melhorar a qualidade de vida no trabalho dos caminhoneiros, principalmente por evidenciar em nossa sociedade a importância desses trabalhadores no país, e que tenha de fato, um real impacto sobre a vida desses indivíduos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde -OMS (1995), qualidade de vida é conceituada como sendo “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Este conceito é variável de indivíduo para indivíduo, pois cada um percebe e significa a qualidade de vida de acordo com as condições e a maneira como vive, dependendo das características individuais, convicções políticas e religiosas, valores e crenças, família e relações sociais.
O trabalho tem grande importância social e psicológica para o ser humano, e para muitos indivíduos não é uma opção, mas sim uma necessidade. As empresas exigem que seus funcionários se comprometam algumas vezes de forma integral com o trabalho de maneira a cultivar sua empregabilidade, o que acaba gerando uma má qualidade de vida no trabalho.
A qualidade de vida no trabalho é percebida individualmente pelos empregados e deve envolver condições seguras, um trabalho que valha a pena fazer, remuneração e benefícios adequados, certa estabilidade no emprego, supervisão competente, feedback quanto ao seu desempenho, possibilidade de promoção com base no mérito, clima social positivo e justiça social. Porém, não é o que se vê dentro do contexto atual. Os trabalhadores convivendo com uma rotina diária cada vez mais desgastante e massacrante, onde os únicos objetivos do empregador são produtividade e lucro. (Gouveia, et al, 2012).

"Os motoristas de caminhão são trabalhadores autônomos ou assalariados que prestam serviços para empresas pertencentes ao ramo de logística e transporte terrestre. Dirigir constantemente é desgastante. A cabine, local onde trabalham, comem e dormem, sem as condições de higiene necessárias para a confecção de alimentos, para a eliminação dos despojos, para a higiene corporal, para o sono, sem lazer, isolado e confinado em ambiente tão restrito para tal".(Gouveia,et al, 2012; pág 33)

Em uma entrevista realizada com um caminhoneiro do litoral norte de Santa Catarina, que faz rota interestadual há 11 anos, nos respondeu que em média passa 18 horas viajando e 12 dias fora de casa, evidenciando a jornada excessiva de trabalho: “Eu vejo como uma profissão de alto risco, rodovias precárias, postos e transportadoras sem condições básicas de higiene e segurança (já que utilizamos muito os postos para comer, tomar banho e dormir) sem contar o auto índice de assaltos e uma grande corrupção por parte dos policias” (SIC).Trabalhar sem boas condições de higiene e segurança, pois há poucos pontos de parada, postos sem condições para tomar banho, muitas vezes pagar para banho em chuveiros com água fria, assaltos e corrupção por parte de alguns policiais rodoviários, se caracterizam como rotineiras em sua atividade profissional.
Para atender a demanda da sociedade, o trabalho dos motoristas é organizado ininterruptamente, o que os leva a trabalhar em horário noturno ou escalas de turno. Essa adversidade de agravos tem um impacto negativo na qualidade de vida do trabalhador.


Referência:

GOUVEIA, Amanda MA et al. Análise da qualidade de vida no trabalho em caminhoneiros de uma industria petrolífera. RESC: Revista Eletrônica Saúde E Ciência, v. 2, n. 02, 2012.

Documentário Sobre Eixos


Um documentário de Adão Ricardo Ripka e André F. Franciozi que apresenta as características da profissão de caminhoneiro. Premiado na categoria  de MELHOR EDIÇÃO do Festival Universitário TAINHA DOURADA/2012 em Itajai.

Fatores de risco para saúde mental

Os caminhoneiros por percorrer longas distâncias, permanece muitas horas em estádo vigil, este profissional está constantemente ameaçado por mazelas que pode afetar o seu estado biopsicosocial; Alguns exemplos: estado bio,a ergonomia  que pode ser afetada pela carga horária excessiva e pela postura mal adequada do profissional ao dirigir seu caminhão. Psico está ligado ao lado emocional deste profissional, as viagens longas e cansativas, longe do lar e de sua rede de apoio é um fator psicológico que afeta a saúde mental do motorista. O lado social pode ser afetado pelo estigma que alguns caminhoneiros enfrentam no decorrer da sua tragetória, com prazo limitado para entregar suas cargas, alguns destes profissionais se submetem ao uso de substâncias psicoativas, fazendo com que eles fiquem mal vistos perante a sociedade, sendo taxados como drogados e pessoas de má índole que coloca a integridade fisica de outros condutores em estradas de rodagens em perigo por causa do uso dessas drogas.
         A profissão de motorista é classificada como uma tarefa de vigilância, pela necessidade de manter atenção contínua por tempo prolongado (SOARES, 2005).
A integridade psicofisiológica destes trabalhadores sofre constantemente com danos que podem acarretar em agravos à saúde, estresse, aborrecimentos e insatisfações.
Selecionamos quatro artigos científicos pertinentes ao objeto do estudo que abordavam as condições de trabalho e aos fatores que influenciam na qualidade de vida e saúde dos profissionais, identificados como agravantes à saúde: a influência da violência urbana no cotidiano dos profissionais de transporte; Estresse e Saúde Mental na Atividade Laboral; o uso de drogas lícitas e aspectos ergonômicos desfavoráveis.
Os artigos analisados enfocam as condições de trabalho a que condutores estão submetidos, desencadeantes do processo saúde-doença ao ocasionar perda ou déficit auditivo, distúrbios físicos e mentais. Interferindo nos fatores de qualidade de vida e saúde destes condutores.

Referência 

Tognetta, L. R. P, & Vinha, T. P (2009). Valores em crise: o que nos causa indignação? In La Taille, Y., & Menin, M. S. de S.Crise de valores ou valores em crise?(pp. 1545). Porto Alegre: Artmed. 


Que se entende por determinantes sociais da saúde?

Outra discussão a ser feita é sobre a queixa dos motoristas sobre a organização da estrutura física dos locais que as poucas empresas (transportadoras) disponibilizam para que esses caminhoneiros possam descansar, segundo o relato de um caminhoneiro, as condições nesses ambientes é precária, ambiente com pouca luz, camas e mobílias velhas, muitas vezes não tem nem um televisor para que esse possa assistir um programa para desestressar, banheiros em condições deploráveis e outras condições que impossibilitam a esse profissional um descanso digno de um trabalhador.
Buscando relacionar esses dados com a qualidade de vida, vale mencionar que, para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a expressão saúde significa a preservação da integridade física, mental e social – um completo bem-estar biopsicossocial –; a expressão Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) designa o conjunto de ações que objetivam melhorias que neutralizem riscos à integridade física, mental e social dos trabalhadores em diferentes dimensões. Na verdade, os motoristas se indignam com esse “desrespeito”. A indignação é uma reação à injustiça, como promessas não cumpridas, palavra dada que é retirada. Segundo La Taille (2006), o indivíduo se coloca como um sujeito de direitos e qualquer forma de injustiça o indigna e, de acordo com Tognetta e Vinha (2009), sente-se indignado quem considera que um direito foi violado, pois há um sentimento negativo em resposta a ações que o sujeito considera contrárias ao que ele valoriza.
As diversas definições de determinantes sociais de saúde (DSS) expressam, com maior ou menor nível de detalhe, o conceito atualmente bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A comissão homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma definição mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. Nancy Krieger (2001) introduz um elemento de intervenção, ao defini-los como os fatores e
mecanismos através dos quais as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente podem ser alterados através de ações baseadas em informação.Tarlov (1996) propõe, finalmente, uma definição bastante sintética, ao entendêlos como as características sociais dentro das quais a vida transcorre.

 Referencia 
BUSS, Paulo Marchiori; PELLEGRINI FILHO, Alberto. A saúde e seus determinantes sociais. Physis, Rio de Janeiro , v. 17, n. 1, p. 77-93, abr. 2007. 

Legislação Trabalhista :Sancionado novo Estatuto dos Caminhoneiros


12.06.2015

Foi sancionado em 02/03/2015 pela presidenta Dilma o novo Estatuto dos Caminhoneiros que possibilita diversas melhorias para seu labor, sendo elas programas de aperfeiçoamento profissional, maior controle e responsabilidade para a contratante sobre a jornada de trabalho e tempo de direção do funcionário, seguro obrigatório pelas empresas, e até mesmo proteção do estado pois em suas atividades laborativas costumam sofrer constantemente com atividades criminosas como roubo de carga, tambem o estatuto traz a possibilidade do pedagio gratuito para caminhões vazios, e a extinção de multas antigas autuadas sobre o peso dos caminhões.

Jornada de Trabalho e Descanso Obrigatório - a alteração à antiga lei traz a previsão de aumento do tempo máximo ao volante de seis para oito horas de motoristas profissionais, que poderão, ainda, ser prorrogadas por mais 2 (duas) horas, mediante convenção ou acordo coletivo (art. 235-C).Em relação ao descanso, a lei trouxe a previsão de proibição do caminhoneiro de dirigir por mais de 5 (cinco) horas e meia, ininterruptamente, devendo ser observado o descanso de 30 (trinta) minutos, a cada 6 horas de condução. (art. 67-C)

Sobre o assunto abordado, entramos em contato com um profissional do ramo e lhe fizemos algumas perguntas:

1. Em média, qual é o tempo de duração das rotas, ou seja, média horas/dias viajando?
R: Por dia em média ficamos 18 horas viajando, aproximadamente 12 dias fora de casa

2. Costuma passar quantos dias (média) em casa entre as viagens?
R: três dias

3. Como avalia as condições (riscos) dessa profissão?
R: Eu vejo como uma profissão de alto risco, rodovias precárias, postos e transportadoras sem condições básicas de higiene e segurança (já que utilizamos muito os postos para comer, tomar banho e dormir) sem contar o auto índice de assaltos e uma grande corrupção por parte dos policias

4. Qual é a sua opinião sobre a nova lei do descanso (Lei nº 12.619/12)
R: Inviável, porque tem a lei mas não tem o respaldo para cumpri-la, como pontos de parada, os valores do frete não compensa para levar tantos dias, e as cargas com horário tem que ser cumprida

Todas as medidas podem ser encontradas no Diário Oficial da União (DOU): http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=03/03/2015